28.11.06

Ontem fui pela primeira vez ao Café en Seine... na Dawson Street de Dublin.
Arte Deco no seu expoente máximo... e uma banda cubana.
À mesa, prontos para ouvir jazz, três portugueses... e uma polaca.
Há dias com piada.

27.11.06

imagens que ficam




Três retratos de Beckett por Louis Le Brocquy (exposição temporária na National Gallery)

20.11.06

mil... a zero

Atingido o marco da milésima visita aqui ao estaminé, venho por este meio reivindicar que ou começo a receber notícias 'do lado de lá' ou encerro o tasco!
Sejam chatos, pirosos, queridinhos, boçais, curiosos, repetitivos, comoventes, breves, críticos, icónicos, lamechas, brilhantes, irónicos ou o que bem vos aprouver, mas façam lá o favor de me irem dando notícias, que a malta gosta de partilhar, mas com feedback é outra loiça!

Tenho saudades vossas caramba!

18.11.06

movie time

Quase no final do ciclo lá consegui ir ver uma película polaca ao Irish Film Institute: Squint it. Foi uma bela estreia num local que me pareceu demasiado apetecível: o espaço é muito giro, os filmes são diferentes do habitual (e um belo complemento ao meu cartão blockbuster!) e, para não variar, fica a dois passos de casa (leia-se 20 minutos a andar bem...)

Para a semana é a vez dos nossos amigos gauleses mostrarem o que valem. Não vou poder ver muita coisa porque os horários são péssimos, mas vou fazer os possíveis para não perder o tão badalado Paris je t'aime, que, by the way, inclui uma wine reception para encerrar as hostilidades :P

17.11.06

letter (4)

Dia duit!

Por terras de shamrocks e leprechauns os dias somam e seguem à velocidade da luz… que é pouca e faz-me uma falta desgraçada!
O último fim-de-semana foi todo ele um mar de festividades: o António chegou de Bruges na sexta e começámos logo por um serão de castanhas e Porto com o Chef Nuno (que finalmente veio conhecer o palácio!), a Sarita e a Justyna.
Sábado sem chuva foi dia de palmilhar a cidade e, imaginem, dar de caras (vá, assim o dar de caras possível quando se está no meio de uma multidão…) com aquela menina loira que não canta, nem representa, nem faz nada de jeito para além de ter um papá hoteleiro e com falta de gosto a baptizar os filhos... Parece que a dita senhora estava a publicitar o seu novo perfume aqui no
Brown Thomas e asseguro-vos que na Grafton Street ninguém conseguia passar à frente da loja em menos de 10 minutos.
A passeata ainda rendeu uma ida ao
Dublin Castle (esqueçam a vossa ideia mental de castelo…) e à Christ Church Cathedral, com uma paragem quentinha no Queen of Tarts ao som de música boa que incluiu acordes cabo-verdianos!
Seguimos para o verdadeiro magusto em casa dos tugas Rita e Luís e ainda que o grupo fosse bem internacional, houve caldo verde, salada de grão com bacalhau, castanhas e Dão a acompanhar. A curiosidade da noite veio de uma conversa com um arquitecto alemão, o Sebastian, que me pediu para lhe recontar a lenda de S.Martinho, já que há uns tempos, numa lecture, um professor (e não era português!) tinha-a apresentado como explicação histórica para a relação entre capa e capela!?!? Deixo a pesquisa da veracidade aos especialistas, mas lá que o moço estava muito convencido do que dizia, lá isso estava!
O domingo foi, como deve ser, bem mais calminho, com uma passagem pelo
National Museum of Ireland – Archaeology & History (fraquito, com meia dúzia de coisas realmente interessantes) e pelo 29 Fitzwilliam Street Lower, uma casa Jorgiana transformada em museu. A coisa mais gira que lá vimos foi, sobre a mesa de sala de jantar, um boneco de porcelana chamado ‘conversation piece’, cuja função era simplesmente ser tema de conversa quando o assunto entre as pessoas acabava! Imaginem-se a passar um bibelot e a dissertar sobre ele, antes discutir o tempo e a saudinha, à boa maneira portuguesa!
Nos entretantos consegui ver pela primeira vez a exposição de quadros que está todos os domingos no
Merrion Square e claro que já me apaixonei por uma vista sobre a costa, a mesma que me delicia diariamente no caminho para a universidade. A ver vamos se faça um ‘estrago’ financeiro para a Brigadeiro Correia Cardoso ter um cheirinho da minha Dublin de todos os dias.
E pronto, terminado o weekend com uma despedida do segundo hóspede regada a Guinness e a música irlandesa, mergulhei outra vez no trabalho: época de exames a aproximar-se e uma visita da big boss na próxima semana são os musts do momento.
I will survive e, para além do mais... o Natal está quase aí :)


Slán leat com beijos e abraços a acompanhar!

Joana

16.11.06

uma gracinha...

...para vos provar que mesmo com um sotaque destes, o português na Irlanda já vai dando uns passos!
A versão não é nada do outro mundo (bem desafinada, por sinal...) mas vale a pena esperar uns minutos pelas variações que a Lisa Hannigan faz no violoncelo.

15.11.06

rapidinha, com erros e estilo master Yoda

Em Maynooth o tempo passa muito devagar.
Demoro uma hora e meia para ca chegar.
E estou farta de autocarro andar.
Chove sem parar.
Hoje o comboio vou experimentar.

(ou era isto ou ia ali fora dar um grito e ja vinha!)

13.11.06

J & J

Porque nos rimos que nem uma perdidas a tentar descrever palavras que nenhuma de nós sabe dizer em inglês. Porque abrimos uma garrafa de vinho e partilhamos pedaços de duas vidas. Porque comemos chocolate, enrolamo-nos em mantas e vemos trash TV na girls night como se fosse o melhor programa do mundo. Porque nos preocupamos. Porque, desde o primeiro dia, foi o sorriso quem abriu a porta.

2.11.06

letter (3)

Queridos todos,

Depois de umas semanas de loucura aqui na ilha vieram uns dias de casa portuguesa, que obviamente souberam a pouco, mas que me deixaram recarregar baterias no calor brutal que apanhei e que contrastou logo com o regresso na terça à noite: aterrei e ainda na fila para o táxi tive de abrir a mala e começar a vestir camadas de roupa suficientes para os 2 graus da noite!!! Como estou home alone até domingo deu-me para a observação (bem, não é que não me dê para isso todos os dias, mas enfim...) do alto do meu varadim de 6º andar: a minha rua está a ter passeios novos, sem pastilhas elásticas e sem crateras - gosto! Há menos gruas no horizonte, o recorte da montanha ao fundo da janela da sala está mais nítido do que nunca e o céu continua de um azul impressionante... e sem previsões de chuva até ao final da semana!
Cá por casa, tirando os 2 kgs de castanhas que a mãe Isabel me mandou, a reserva de Porto do pai Eduardo e o sal grosso que trouxe na mala, a despensa está a verdadeira penúria. Para compensar ontem comprei um pão de soda que já não comia há uns 3 ou 4 anos... e que é uma verdadeira delícia. Realmente há prazeres tão pequeninos e tão simples!
Na UCD vive-se o ambiente de segunda-metade-de-semestre: os meus alunos em stress com essays e trabalhos e apresentações, e eu a lutar entre solicitações a 3 frentes, que sim senhor, são um belo desafio, mas há dias em que me apetece gritar que sou só uma e que o meu dia, curiosamente, só tem 24 horas... Deixa-me lá de lamechices que o projecto de facto está a puxar imenso por mim e tenho momentos de me sentir uma privilegiada. Para a semana tenho o primeiro evento cultural cuja preparação esteve também a meu cargo e depois começa de novo a loucura, entre planos de acção cultural que tenho de enviar para Lisboa, exames de Dezembro e burocracias afins...
Novidade fresquinha é a minha próxima visita: de 10 a 14 deste mês vou ter por cá o António, que muda o 'poiso' de emigrante para vir conhecer a ilha. Eu lá vou aproveitar a boleia para mais uns giros coltórais, que isto com companhia estrangeira tem muito mais piada!

beijos e abraços,

Joana


P.S. - Temo que aqui os restos do Halloween sejam como os enfeites natalícios em Portugal, que lá para o verão do ano seguinte, bem desbotadinhos e sarrentos, começam a cair...

quickshot II














Dublin Gospel Choir, bons, mas uns meninos ao pé dos Harlem Gospel Choir, a parte II do concerto!

Dame Street

Christ Church Cathedral

O meu Volvo :)

1.11.06

tempos

Não foi preciso recordar a passagem do livro do Eclesiastes para lhe perceber as manhas. É certo que os avisos foram muitos, que a experiência nestas lides já vai sendo alguma e que, acima de tudo, a certeza de que o ESTAR (assim mesmo, exageradamente maiusculado) só se faz com tempo que não roubamos à agenda.
Houve abraços e a falta deles. Conversas e silêncios impostos. Lágrimas em grupo quando um certo senhor Chico subiu ao palco. Nasceram as primeiras flores em minha casa e a alegria de quem me mostrou as suas na cama nova e tão grande.

Obrigada.