Tenho um problema. Orgânico. Daqueles que vêm dos confins da infância e deixam marcas até aos dias de hoje. Não chega a ser uma fobia, mas tenho de pensar bem antes de me decidir a pôr um pé numa destas instituições. No sábado, dia feioso e a pedir visitas indoors, achei que oito meses depois de chegar a Dublin estava na altura do esforço. Entrei a medo e dei uma volta pelo rés-do-chão, assim ao largo, sem me aproximar muito das vitrinas, a contornar miúdos a fazer desenhos e pais que explicam com afã as maravilhas naturais. Quando começo a olhar só em frente sei que está na altura de sair e acelero o passo. Bichezas com o ar mais triste deste mundo enfiados numas caixas de vidro normalmente já bastante para o empoeiradas, em poses ridículas que pretendem captar a verdadeira vida animal é demais para mim. Quero lá saber da chuva... ou do granizo que cai lá fora! Viva o ar fresco e o céu aberto que me deixam bem longe dos animais empalhados e da insuportável natureza morta que é um museu de história natural.
Perde-se em sabedoria taxidérmica, ganha-se em ignorância feliz!
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