4.12.06

letter (5)

Queridos todos,

Faz hoje três meses que cheguei à ilha verde. A sensação de sempre: que não é nada e, ao mesmo tempo, que entre agora e o dia 4 de Setembro a minha vida deu mais uma grande volta!
Começo a habituar-me a que assim seja, para o melhor e para o pior :)
No final do primeiro trimestre impõe-se um balanço... ou, pelo menos, dizer-vos que continuo contente com esta opção maluca de me ter posto a andar de casa na precisa altura em que me senti parte dela. Gosto do que faço aqui, realizo-me nos pequeninos passos que vejo os meus alunos darem dia após dia e, sobretudo, no modo sério como o meu trabalho é encarado. Com todas as falhas que tem, essa é uma das surpresas boas que o sistema de ensino irlandês me tem vindo a mostrar: um respeito sentido e sincero pela dedicação dos professores.
Está ainda a ser, obviamente, um tempo de adaptação a todos os níveis: ao clima, à cidade, aos transportes, aos métodos de ensino, às lides diplomáticas e mais do que tudo o resto, às pessoas. Blablabla, bem sei que é um terrível lugar comum, mas de facto é por elas que cá estou e é com elas que vivo o meu quotidiano, a absorver e a aprender pequenos hábitos e gestos que se começam a tornar familiares.
Claro que nem tudo são rosas... as neuras batem à porta, o clima às vezes deprime um bocadinho e as saudades vão apertando. Mas digo-vos que vale a pena ser migras: desde ameaças de costelas partidas em abraços que se hão-de dar, músicas lindas em concertos, mensagens lamechas que me deixam de lagrimita pendente, é todo um novo mundo de presenças à distância!

beijos e abraços (com vontade de ter este mimo todo ao vivo e a cores!),

Joana

4 comentários:

Anónimo disse...

3 palavras: SAU DA DES!

Anónimo disse...

Lá está, ao fim de 3 meses impõe-se um balanço: continuas a fazer falta a quem te ama, mesmo aos migras como tu, que se viram ainda um pouco mais longe. MAS se sair é difícil ainda que por vezes um admirável mundo novo, lança uma outra perspectiva sobre o que são os abraços, os telefonemas, a lonjura e o perto, e o tamanho do nosso coração. Ficamos mais perto :) Te amo minina!

Anónimo disse...

E a vontade que o tempo passe rápido é imensa. Que ele corra até eu lhe dizer pára é constante. Estou com vontade de te conhecer nessa cidade e nunca mais é Fevereiro. Miss you

Quilas disse...

De facto... Nunca mais é Fevereiro... Depois levas-me (outra vez) ao museu da Guiness ;)